Entra sem bater na porta da minha vida que ficou aberta desde quando você saiu sem despedidas.
Carrego comigo o teu último ''boa noite'', que tem meu travesseiro de testemunha, pelas intermináveis noites que não me devolveram o teu bom dia pela manhã.
Sonâmbula eu vou sair pela janela e perimetrar a cidade em busca de um samba que embole minhas lembranças e faça eu perder a chave das minhas expectativas.
Me levaram pra uma dança de novos rostos que combinam sorrisos e que acarretam em beijos de princesa, pra me acordar desse sono pesado de tanta pretensão.
Esse elevador da vida engatou no teu andar e fico na dúvida se sou mesmo claustrofóbica ou se meu lugar é ali, presa ao passar da tua vida enquanto enguiço a minha.
Chèrie, esteja aqui. Já vai amanhecer e esse dia se decora com a sua sombra na parede.