sexta-feira, dezembro 19, 2008

Você tem: zero mensagens

Foi vigoroso demais ligar e esperar cair na secretária eletrônica.
Talvez tivesse feito esforço para discar - sem querer querendo- os números errados. Talvez também, eu, por um segundo quisesse não achar o telefone.
Depois de tudo, não ouse querer um recado após o bip.
Um recado?
Como poderia... um recado?

Não trate meus dizeres como um lembrete para colar na geladeira, como uma música que se acaba pelo terceiro minuto e meio, uma carta frente e verso.
Encara-me como alguém que te liga sem esperanças de que atenda, porque acredita que a ausência deve-se à certeza de que estás à caminho da minha porta.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Londres

Bons-dias,


Pareço ser a primeira a agradecer pela chuva e tédio brindando o primeiro dia de férias, remete-me à Londres.
Daí que o café esfria, o cobertor desarrumado continua vestindo a cama, e a música acaba no terceiro minuto e meio.
Eu guardo tudo, bilhetes, papéis, desenhos, cartas, cartões, cartazes, caricaturas, lembretes, adesivos, assinaturas, tudo, a não ser por guardanapos, como aquele com rabiscos que pareciam ser teu número logo abaixo do teu nome.
Disponho da lista telefônica e de todo meu potencial avançado em matemática, e conciliando as duas coisas mais os contatos que de nada servem na maioria das vezes, seria conveniente achar-te.
Não obrigada, está frio demais, o cobertor junto do café me espera.
Mas, se ao acaso tiveres o meu, liga. Colocarei um toque exclusivo para ti, e prometo que este terá mais de três minutos e meio.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Lembrete para colar na geladeira

O ranking de best sellers não tem mais os famosos finais felizes, 'friends' acabou e não foi `a toa.
Também não foi à toa que o Romantismo saiu de moda para dar lugar ao Realismo, não foi à toa que Machado de Assis é reconhecido mundialmente como um puta mulato ( e não um mulato puto).
Questiona-me agora porque ainda brinco de escrever cartinhas sabendo da minha péssima caligrafia e do teu desinteresse pelas mesmas.

sábado, setembro 06, 2008

rio de janeiro, seis de setembro de dois mil e oito

Querido,

Faz tempo que não nos falamos e escrever-te parece-me um tanto estranho
Peço perdão pela crise de vírgulas, a culpa cai toda sobre a empolgação.
Conforme o in-esperado, não formei-me em letras, não, sinto muito. O uso excessivo de vírgulas nesse caso deve-se à querer contar-te da notícia gradativamente, utilizando as pausas como recurso estilístico para não desapontar-te tanto.
Por favor, uma pausa. silencio absoluto. É difícil............................... e não acho que a formação tornaria isto mais fácil para mim.
Por muito não termino por aqui, como as cartas que escrevi e não enviei, como as mensagens no espelho, desenhos à ketchup no prato, rabiscos no braço (...) tudo que cogitei fazer mas não

Estou bem, a astrologia concorda.
Cada vez mais paro por bares e visito médicos-do-fígado, dos quais não sei o nome mais propício.



Vire ->


p.s: verifique o travesseiro

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