
Passagem comprada. No destino só Budepeste desencorajava por não querer encontrar o diabo e aprender com ele o dialeto.
Não era pra ser uma partida. Se despediu da caixa da loja de conveniências e prometeu a ela uma ótima tarde, de coração.
É proibido fumar dentro do avião, à não ser que não te vejam. À não ser que não te vejam você pode fazer tudo. Mandar postcards de Notre-Dame enquanto está em Praga. E é isso que fará.
Não por um apreço doentio pela França, mas para instigar a imaginação de mais alguém além da dele.
O assento era com janela. Ia acompanhando os céus que cruzava e a cidade que mostrasse o mais bonito, bom, era ali que ficava.
Confiou na baboseira de destino e que o olfato de toda a tripulação fosse imune ao seu cigarro.
Reclinou, deitou. Compactuou pela paz reservada à cadeira 50x50cm com janela, oferecendo a ela seu sono.
Foi ali que os olhos se fecharam em uma overdose de emoções e de cigarro.
O diabo viria cortejá-lo para dizer que foi um bom rapaz. Terminaria ali sua última conversa, em húngaro, que classe!
Agora todos os céus eram dele. E qualquer postal que sugerisse o infinito serviria.
2 comentários:
inspira uma continuação mmm haha
mais chico tamires ?
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