quarta-feira, dezembro 22, 2010

Diário de bordo


Passagem comprada. No destino só Budepeste desencorajava por não querer encontrar o diabo e aprender com ele o dialeto.
Não era pra ser uma partida. Se despediu da caixa da loja de conveniências e prometeu a ela uma ótima tarde, de coração.
É proibido fumar dentro do avião, à não ser que não te vejam. À não ser que não te vejam você pode fazer tudo. Mandar postcards de Notre-Dame enquanto está em Praga. E é isso que fará.
Não por um apreço doentio pela França, mas para instigar a imaginação de mais alguém além da dele.
O assento era com janela. Ia acompanhando os céus que cruzava e a cidade que mostrasse o mais bonito, bom, era ali que ficava.
Confiou na baboseira de destino e que o olfato de toda a tripulação fosse imune ao seu cigarro.
Reclinou, deitou. Compactuou pela paz reservada à cadeira 50x50cm com janela, oferecendo a ela seu sono.
Foi ali que os olhos se fecharam em uma overdose de emoções e de cigarro.
O diabo viria cortejá-lo para dizer que foi um bom rapaz. Terminaria ali sua última conversa, em húngaro, que classe!
Agora todos os céus eram dele. E qualquer postal que sugerisse o infinito serviria.

2 comentários:

Bárbara disse...

inspira uma continuação mmm haha

Mathias disse...

mais chico tamires ?

Marcadores

adeus (1) agonia (1) budapeste (1) cabelo (1) chuva (1) closer (1) domingo (1) filmes (1) fim de tarde (1) flor (1) férias (1) leitura (1) liverpool (1) londres (1) maldade (1) música (1) pintura (1) postcards (1) presente (1) recados (1) rouquidão (1) sopro (1) sorriso (1) sábado (1) telefone (1) timbre (1) tinta (1) visão (1) voz (1)